Proteções contra incêndios na ABNT NBR16384
O que diz a NBR16384 sobre Combate a Incêndios em Sites Elétricos
Gerais:
Na operação das instalações elétricas, convém considerar a possibilidade da ocorrência de um incêndio. Então, todo o operador e manutentor de instalações elétricas devem possuir treinamento de combate a incêndio e ter conhecimento do sistema de prevenção, combate e primeiros socorros.
No caso da ocorrência de um incêndio, a norma recomenda a desenergizar as partes da instalação elétrica envolvidas no evento ou que possam interferir na atividade de combate a incêndio, salvo se for necessário manter energizado para combater o incêndio ou se o corte de energia puder causar outros riscos adicionais. Isso evita choques elétricos pela água ou LGE do combate e possíveis mais focos de incêndios causados por curto circuitos.
As instalações deverão possuir meios de seccionar a sua energização e os envolvidos conhecerem o procedimento de desenergização em caso de emergência. É obrigatório a separação da alimentação do sistema de combate a incêndio (bombas) das demais alimentações. Assim, pode-se desenergizar as demais alimentações e manter o bombeamento para o combate.
Recomenda-se que os materiais e objetos inflamáveis sejam instalados, armazenados e protegidos de forma que não seja possível nem seja retardada a ignição destes materiais. Sob avaliação específica, recomenda a utilização de cabos de força e de controle com revestimento anti-chama. Os componentes e materiais utilizados em instalações elétricas ou sua proximidade não devem ser propagante a chama ou auto extinguível.
Preconizamos que os leitos de cabo sejam instalados fora do raio de ação dos vapores quentes emanados da região de abertura de painéis elétricos contra arco elétrico certificado ou não interfiram com os dutos de exaustão destes. Em áreas de concentração de pessoas deve-se utilizar sempre cabos livre de halogênicos, para possibilitando a fuga segura.
Proteção Passiva contra Incêndios (PPI)
Os ambientes que segregam sistema de força e controle com passagem de cabo entre eles possuam fechamento completo, não sendo permitido a presença de fendas ou aberturas não protegidas. A utilização de materiais adequados para vedação de passagens de cabos por paredes, vãos etc, afim de restringir a propagação da chama e até ajudar na eliminação do incêndio.
Os recursos de proteção contra incêndio devem se manter em continuidade operacional e as rotas de fuga devem estar protegidas, oferecendo um caminho seguro para que os ocupantes abandonem o local em segurança. Além disso, quando a ação do fogo é retardada, os prejuízos patrimoniais são reduzidos e a estabilidade estrutural permanece intacta.
Para que isso ocorra é indispensável utilizarmos a proteção passiva contra incêndio. Ao compartimentar o fogo em seu local de origem, ela evita sua propagação, fornece estanqueidade, diminui as perdas financeiras, oferece segurança aos ocupantes do edifício e facilita os trabalhos dos bombeiros e brigadas de incêndio.
Proteção Ativa:
Convém que ambientes de subestação elétrica sejam protegidos por sistemas de detectores de chama ou incêndio no ambiente, sobre forro e em entre pisos ou passagem de cabos. A utilização de detectores de chama ou incêndio em subestações elétricas é importante para a prevenção e combate a incêndio, normalmente estes locais não contam com a presença constante de pessoas, e no caso de sinistro o alarme detectado por estes sensores é o meio de acelerar o combate.
Incêndios em pequenas instalações elétricas
É conveniente que para combater pequenos incêndios em instalações elétricas, que existam extintores de incêndio ou sistema de proteção do tipo apropriado para a classe de incêndio, em quantidade e tipo adequado. É recomendado que estejam em boas condições operacionais, visíveis e facilmente acessíveis, considerando os cenários previstos nas análises de risco da instalação.
É recomendado que os trabalhadores sejam treinados na utilização de extintores para combate a incêndios, especialmente em instalações energizadas. Convém que este treinamento seja repetido a intervalos adequados de tempo. A NR-10 prevê na ementa dos seus treinamento que seja realizado treinamento para combate a incêndios. Deve ser repetidos em cada reciclagem.
Quando forem utilizados extintores em uma instalação elétrica energizada, é recomendado que sejam respeitadas as distâncias de segurança adequadas.
É recomendado que existam informações disponíveis, legíveis e em locais e quantidade suficiente para informar às pessoas e trabalhadores sobre a possibilidade de desprendimento de substâncias tóxicas no caso de incêndios, por materiais quentes ou combustão, e como atuar nestas condições.
Incêndios em grandes instalações elétricas
Para combater incêndios em grandes instalações elétricas, por exemplo, subestações, é recomendado que sejam previstos sistemas de combate a incêndio por lançamento de água plena, com instalação de hidrantes ao redor da instalação em número e locais adequados. Para efeito do combate a incêndio, uma instalação elétrica desenergizada pode ser considerada como incêndio em edificação.
É recomendado também que seja previsto um sistema de interrupção e bloqueio completo da subestação, incluindo principalmente a subestação principal de entrada da planta industrial.
Convém que os sistemas de iluminação de emergência, banco de baterias, pressurização e equipamentos, como ventiladores de captação de ar externo, também sejam projetados desta forma, e que seja utilizado o sistema de detecção, assim como o sistema redundante de dispositivo de interrupção e bloqueio facilmente acessível por uma brigada de incêndio, adjacente à entrada da instalação ou pelo lado externo.
A proteção em transformadores por sprinklers, é possível, desde que antes de iniciar o spray, seja dado comando para abrir o disjuntor de alimentação do transformador antes da abertura da água.
Não se deve instalar sistemas de banco de baterias dentro das subestações. Estas podem ser adjacentes, porém desde que sejam segregadas por barreira física permanente entre elas, por exemplo, parede de alvenaria.
Proteções em áreas classificadas
Quando da realização de serviços envolvendo equipamentos, circuitos ou sistemas elétricos em locais com risco de formação de atmosfera explosiva de gás inflamável ou poeira combustível, é recomendado que sejam adotadas medidas de controle de acordo com o nível de risco, como:
- por monitoramento da concentração da atmosfera explosiva;
- proibição de utilização de fonte de energia capaz de causar a ignição da atmosfera explosiva;
- aplicação de ventilação diluidora contínua e, quando necessário, o monitoramento da concentração da atmosfera explosiva;
- utilização de equipamentos com certificação “Ex”, que proporcionem um nível de proteção dos equipamentos (EPL) de acordo com o local da instalação, conforme indicado na documentação de classificação de áreas.
É fundamental a eliminação do agente de risco antes de liberar trabalhos envolvendo eletricidade em áreas classificadas. A simples abertura de um involucro a prova de explosão para inspeção ou medição é proibido sem essa ação de prevenção.
O que oferecemos?
A eletroAlta engenharia oferece ao mercado nossa experiência unindo o conhecimento das áreas da elétrica, da segurança do trabalho e do combate a incêndio. Projetos e execução de sistemas de proteção passiva e ativa aprovados pelas melhores certificadoras de seguro.
- Compatibilização;
- Isolamento;
- Proteção térmica;
- Ventilação;
- Sistemas de alarmes por detecção e prevenção contra incêndios para serem utilizados em centrais ou salas elétricas, em especial os do tipo sem fio wireless.
- Instalação de sensores de temperaturas lineares “protectwire” sobre os leitos de cabos de potencia;
- Detectores de chamas e/ou fumaça próximo a painéis e especialmente sobre os transformadores e geradores.
Referências:
- NBR16384 Segurança em Eletricidade; ABNT. Disponível em: <www.abntcatalogo.com.br>;
- NBR 14432-2000. Exigências de resistência ao fogo de elementos construtivos de edificações – Procedimento; ABNT. Disponível em: <www.abntcatalogo.com.br>;
- SANTOS, Sergio. Proteção passiva contra incêndios. Revista O Setor Elétrico, junho 2011;
- National Fire Protection Association (NFPA). Fire Protection Handbook. 18th Edition, 1997.